domingo, 11 de março de 2012

Melhor que o caminho é o caminhar

O depoimento do corredor Fábio Namiuti que conta como deixou de ser sedentário e como optou viver com qualidade de vida.
 

Livro "Melhor que o caminho é o caminhar"

Em julho de 2002, com apenas 31 anos de idade, descobri, no susto, que era portador de uma doença grave, a hipertensão arterial. Havia feito por merecê-la, não dava para negar: quinze anos de fumaça de cigarro nos pulmões, muito trabalho e estresse (e quase zero de lazer), sedentarismo total, alimentação desregrada e, por conta disso, muitos quilos a mais. Foi só uma inflamação de gengiva e uma consulta de rotina ao médico. Mas poderia ter sido um infarto ou derrame...
A modificação no estilo de vida teria que ser radical. E foi. Parei de fumar, passei o zíper na boca (sem exageros), peguei algumas das horas extras no serviço e, a elas, dediquei a mais importante de todas as mudanças: a atividade física. Nada mais que algumas caminhadas diárias. Mas o suficiente para voltar a ter um número de dois dígitos na balança. E, inspirado pelo cenário e pelas pessoas que faziam parte dele, ousar fazer algo inimaginável para quem estava havia tantos anos totalmente inerte.

Resgatando um passado distante como esportista, sem nenhum talento especial para nenhuma modalidade, mas muita vontade para experimentar várias, redescobri uma com a qual já havia tomado algum contato: a corrida. Ainda com os pulmões sujos e muita coisa em torno da cintura, teria toda dificuldade do mundo para praticá-la. Mas toparia o desafio, compraria essa briga. Ouviria muitas gozações quando, já começando a tomar um certo gosto pela coisa, tentasse enfrentar as ruas. Nenhuma delas capaz, entretanto, de me tirar do rumo certo.

O livro conta muitas histórias da transformação desse obeso doente, fumante e sedentário em um corredor de longas distâncias. Desde a primeira prova, com todo o temor do mundo de não conseguir fazê-la (ou ser o último colocado nela), passando pela realização de um sonho de infância, pela redescoberta do prazer de viajar para correr em outros lugares, pela evolução das corridas “caseiras”, pelos dias em que resolvi dividir as minhas histórias de corredor e em que me tornei um maluco do asfalto. Fala de dias difíceis, de muito aprendizado. Mas também de muitas vitórias e conquistas pessoais, alegrias que só o esporte pode proporcionar. Do aumento gradativo nas distâncias das provas, da preparação para chegar pela primeira vez à mítica distância dos 42 km. E das outras tentativas de ganhar o título de “maratonista”, com todo aprendizado que elas trouxeram. Fala de momentos engraçados, de grandes amizades e também de uma missão para o futuro.


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